ROMANCE DO POETA DESCAVALGADO
Sou poeta galego,
quer dizer poeta edificado
nas ruinas da Galiza,
certo alicerce abandonado
do espírito português.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
Sou poeta descavalgado,
ginete errante de futuro incerto
que alguns querem ver no passado,
e ilusos cavalgam um asno
a pensarem que é cavalo.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
Sou um sino sem badalo,
esqueci o meu destino
outrora coroado,
e certas rédeas me conduzem
a um ermo campo isolado.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
Mudam os tempos, não mudam as vontades
a tentarem ver-me sempre
poeta descavalgado,
mas há um cavalo alado que sonho
a pastar em território ilimitado.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
quer dizer poeta edificado
nas ruinas da Galiza,
certo alicerce abandonado
do espírito português.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
Sou poeta descavalgado,
ginete errante de futuro incerto
que alguns querem ver no passado,
e ilusos cavalgam um asno
a pensarem que é cavalo.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
Sou um sino sem badalo,
esqueci o meu destino
outrora coroado,
e certas rédeas me conduzem
a um ermo campo isolado.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
Mudam os tempos, não mudam as vontades
a tentarem ver-me sempre
poeta descavalgado,
mas há um cavalo alado que sonho
a pastar em território ilimitado.
Sou cavaleiro sem cavalo
e a santa estirpe que canto
é um prego fundo extirpado.
5 comentarios
Pedro -
Ramiro -
O que proponho é ter como perspectiva a de trabalhar poeticamente desde aí, nesse espaço libertado onde criar desde a força imensa da Vida -ou da Nada, ou de Deus, como dirias tu- em nós.
Isto não quer dizer, obviamente, que creia que na Poesia não se possa ou não se deva tratar qualquer temática de qualquer maneira (a questão é se os poemas são bons ou não).
Precisamente se algo define -para mim- a Poesia é -ou deve ser- a LIBERDADE (sobre isto tem escrito muito melhor do que eu o Mário Cesariny ou mesmo o António Maria Lisboa).
O que sim defendo é que todos trabalhemos desde as nossas concepções o melhor que saibamos.
Pedro -
Ramiro -
Afinal, as nossas vidas são breves, e há que saber a que, e a quem, dedicar-nos. Não é?.
Pedro -