Poema
A Isabel.
Caminho já longe
Da casa queimada por mim:
Só salvei dela um mapa em branco
Com indicações muito precisas
Para desenvolver-me polas cidades
Que se alçam ao fundo deste espelho dormido
Em que estás a ler agora.
Deixo cair
As minhas propriedades na rua,
Expostas à inquietação dos transeuntes:
Eles não compreendem a deriva dos meus passos,
Persistem em construir casas onde sentir
A lenta dissipação das suas vidas como um prémio.
Eu, porém,
Matei todas as raízes escuras
Que assombravam a minha morte:
Conheço a alta árvore do amor, o seu
Fruto certo em que ardo e pervago livre;
E assim permaneço nesta transformação
Do meu corpo em aprendiz do nada mais pleno.
Caminho já longe
Da casa queimada por mim:
Só salvei dela um mapa em branco
Com indicações muito precisas
Para desenvolver-me polas cidades
Que se alçam ao fundo deste espelho dormido
Em que estás a ler agora.
Deixo cair
As minhas propriedades na rua,
Expostas à inquietação dos transeuntes:
Eles não compreendem a deriva dos meus passos,
Persistem em construir casas onde sentir
A lenta dissipação das suas vidas como um prémio.
Eu, porém,
Matei todas as raízes escuras
Que assombravam a minha morte:
Conheço a alta árvore do amor, o seu
Fruto certo em que ardo e pervago livre;
E assim permaneço nesta transformação
Do meu corpo em aprendiz do nada mais pleno.
8 comentarios
chiqui -
Táti -
Pedro -
Táti -
Pedro -
Alfredo Ferreiro -
Mário -
Táti -