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A FÁBRICA

O que os velhos dizem sobre as ideias políticas e a arte

Porquanto tenho escrito ultimamente alguma palavra em que não quigem deter-me, dentro de um texto mais longo, escrevo isto para aclarar que nada acho de essencialmente negativo em todas as actividades e grupos políticos ou culturais que têm fundado a minha pouca ou muita formação em tais áreas, conhecimento que decerto agradeço imenso. Se algo achar de negativo nos movimentos políticos será enquanto se transformarem em um fim em si mesmo e submeterem o pessoal a comprometimentos inférteis. Falo humildemente e desde a experiência pessoal também. Quando falei dias atrás de redutos, falava de atitudes sectárias dentro dos grupos reintegracionistas, galeguistas, libertários… não de quanto é fértil e útil em esses movimentos, ou nos opostos, de cujo contributo eu também beneficio.

Lembrando o ponto estelar da história das ideias políticas na Europa e América, as revoluções francesa e estadounidense, em que aparece pola primeira vez o clube ou partido vinculado à actividade das lojas massónicas ou ao iluminismo -daí a Ilustração. As sociedades secretas continuárom a dominar, munindo de sentido, a maior parte da actividade política até princípios do século XX, subrepticiamente ou à plena luz, com uma actuação que incidia especialmente na extensão da educação científica, a justiça social e o livre trânsito das ideias e as pessoas, longe do controlo dos poderes do antigo regime e os seus herdeiros. Eu penso, com aqueles, que sem essa vinculação com a essência da tradição poética e espiritual universal, a actividade artística e política fica sempre doente de si mesma.

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